É
muito fácil clicar em “enviar”, “postar”, “tweetar” ou “publicar”. Basta um clique.
Um toque na tela. Um “sim” para o Siri. Eu nem preciso pensar muito para fazer.
Eu saco uma mensagem e a disparo, como um cowboy em um duelo. Talvez seja algo
engraçado. Talvez seja uma crítica a alguém. Talvez seja um link para um artigo
agressivo escrito por algum pastor proeminente. Talvez seja algum gracejo com o
presidente.
A Internet
tornou fácil ser um incendiário. Tocar fogo no mundo. Ser uma bomba de
napalm ambulante. Atravessar o dia espirrando gasolina virtual em tudo e em
todos.
Tiago 3.5-6
diz: Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!
Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os
membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas
toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas
pelo inferno.
O
argumento de Tiago é que nossas palavras, que parecem pequenas e
desimportantes, que vêm de nossas bocas como uma torrente, podem ser
incrivelmente destrutivas. Nossas palavras são equivalentes ao fogo, que pode pôr
em brasas toda uma floresta, derrubar edifícios e causar quantidades
inenarráveis de sofrimento. Palavras não são coisas pequenas.
Há duas razões pelas quais o dano que a
língua pode causar é como o de um fogo.
1.
É de vasto
alcance. O
perigoso da língua é que pode causar danos a grande distância. Uma palavra
casual deslizada num extremo do país ou da cidade pode terminar produzindo
dano, tristeza e quebra de coração no outro extremo.
2.
É difícil
de dominar. Nos
ressecados bosques e matagais da Palestina, um incêndio ficava imediatamente
fora de controle. E tampouco há alguém capaz de controlar o mal que pode causar
a língua. "Três
coisas há que não retornam: a flecha lançada, a palavra falada e a oportunidade
perdida." Uma vez pronunciada a palavra não há maneira de
fazê-la retornar. Nada há tão impossível de sufocar como um rumor; nada há tão difícil
de cicatrizar como os efeitos de uma história ociosa e maligna. Lembremos o
homem que uma vez que disse a palavra está fora de seu controle. Portanto, pense
bem antes de falar porque, ainda que não possa fazê-la retornar, terá que
responder pela palavra que pronuncie.
Essa
passagem de Tiago se aplica o mesmo tanto para as palavras que dizemos
digitalmente. Cada post no Facebook tem o potencial para queimar alguém.
Cada tweet tem o potencial de iniciar um incêndio. Cada foto no Instagram,
mensagem de texto, Pin ou Snapchat tem o potencial para tocar fogo em toda a
sua vida. Deus leva a sério nossas palavras digitais tanto quanto nossas
palavras verbalizadas. Será que nós mesmos levamos a sério nossas palavras
digitais?
É
fácil ser um incendiário na Internet. Nela, é fácil dizer coisas que nunca
diríamos diretamente a alguém. O brilho de nossas telas de LCD oferece um falso
senso de segurança e proteção. Podemos dizer algo sobre alguém sem vermos o
efeito que isso tem na pessoa. Podemos criticar alguém sem ver os efeitos
danosos e devastadores de nosso criticismo. Podemos postar uma imagem sem ver o
quanto essa foto pode ser uma tentação para outras pessoas. A Internet nos
permite dizer o que quer que desejemos sem quaisquer das consequências normais
de uma conversa.
Como podemos evitar o perigo de sermos
incendiários cibernéticos? Seria muito sábio considerar regularmente os
seguintes versos da Escritura: Não saia da vossa boca [ou computador, smartphone,
tablet!!!] nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E
não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção. (Efésios 4.29-30)
Antes
de clicar em “publicar”, preciso me perguntar: isso serve para a edificação dos
outros? Ou minhas palavras estão derrubando e ferindo alguém? Se eu dissesse
essas palavras diretamente para alguém, ela seria edificada ou derrubada? A
afeição dessa pessoa por Cristo Iria diminuir ou aumentar? Deus deseja que
todas as nossas palavras, posts e tweets tenham um efeito edificador.
O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem
mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra [ou
comentário, post, tweet!!!] frívola que proferirem os homens, dela darão conta
no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas
palavras, serás condenado.(Mateus 12.35-37)
As
coisas que postamos online são um reflexo do que já está em nossos corações. Em
outras palavras, nosso discurso é um reflexo de quem somos. Quando estivermos
perante o Senhor no Dia do Julgamento, daremos conta de cada palavra que
enunciarmos. Cada palavra dita, cada mensagem de texto, cada atualização no
Facebook, cada tweet, cada Pin, cada Instagram.
Antes
de postar, então, preciso me perguntar: eu vou me envergonhar disso no último
dia? Irei me arrepender dessas palavras quando estiver perante o trono do
Julgamento?
Eu
não escrevo esse texto como se fosse alguém que já entendeu tudo isso. Longe
disso. Na verdade, recentemente minha esposa Daniela me corrigiu graciosamente
por algo que eu postei no Facebook. Eu preciso disso. Por quê? Porque eu não
quero ser um incendiário cibernético.
Do
seu amigo e Pastor; André
Dias.
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